Dislipidemias

Valores de normalidade

Lipídeo jejum (mg/dL) sem jejum (mg/dL)
Colesterol total até 190 até 190
Triglicerídeos até 150 até 175
HDLc pelo menos 40 pelo menos 40

Classificações das dislipidemias

Etiológica

Primárias: distúrbio genético.

Secundárias: decorre do estilo de vida, uso de medicamentos ou condições de saúde diversas.

Laboratorial

Hipercolesterolemia isolada: apenas o LDLc acima de 159mg/dL.

Hipertrigliceridemia isolada: apenas triglicerídeos acima de 149mg/dL no jejum ou 175mg/dL sem jejum.

Hiperlipidemia mista: se ambos os critérios anteriores ou se o não-HDLc superar 190mg/dL quando os triglicerídeos forem de 400mg/dL ou superiores².

Baixo HDLc: Homens com HDLc abaixo que 40mg/dL e mulheres abaixo de 50mg/dL.

Categorias de risco

Acesse aqui a caluladora de risco cardiovascular da SBC.

Para cada nível de risco cardiológico global há um lipidograma desejável, conforme tabela abaixo.

Lipídios máximo¹ (mg/dL) risco
LDLc 130 baixo
100 intermediário
70 alto
50 muito alto
Não-HDLc 160 baixo
130 intermediário
100 alto
80 muito alto

Estatinas

Metas terapêuticas

Risco sem estatina máximos com estatina
Reduzir em LDLc (mg/dL) Não-HDLc (mg/dL)
Muito alto mais de 50% 50 80
Alto mais de 50% 70 100
Intermediário pelo menos 30% 100 130
Intermediário pelo menos 30% 130 160

Atorvastatina de 40mg ou mais, Rosuvastatina de 20mg ou mais e sinvastatina combinada com ezetimiba tem poder de redução do LDL alto com queda esperada de 50% ou mais.

Quaisquer estatinas acima de 40mg, a pitavastatina de 2mg ou mais, a sinvastatina de 20mg, a atorvastatina de 10mg ou mais ou a rosuvastatina de 5mg ou mais têm poder de redução do HDL moderado, esperando-se queda de 30-50% do valor.

A fluvastatina de 40mg, a sinvastatina de 10mg, a pitavastatina de 1mg ou todas outras estatinas com dosagem diária menor de 40mg tem baixo poder de redução do HDL com queda esperada não maior que 30%.

Ação antiinflamatória das estatinas

Está provada a ação antiinflamatória das estatinas ao inibir certas citocinas[1].

Por exemplo, a CXCL9, uma quimiocina regulada por interferon que está envolvida na patogênese do lúpus eritomatoso sistêmico é inibida pelas estatinas[2].

Fibratos

Na hipertrigliceridemia com falha do tratamento não farmacológico, introduz-se os fibratos conforme dosagem diária de bula. Para triglicerídeos acima de 500mg/dL, faz-se de imediato a introdução de fibratos, concomitantes às medidas não farmacológicas.


Notas

  1. Com ou sem jejum.
  2. Porque a fórmula de Friedewald não deve ser usada se triglicerídeos maiores que 400mg/dL.

Bibliografia

  1. Faludi AA, Izar MCO, Saraiva JFK, Chacra APM, Bianco HT, Afiune Neto A, Bertolami A, et al. Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose – 2017. Arq. Bras. Cardiol. 2017;109(2 suppl 1):1-76.

Referências

  1. Jain, M., Ridker, P. Anti-Inflammatory Effects of Statins: Clinical Evidence and Basic Mechanisms. Nat Rev Drug Discov 4, 977–987 (2005). https://doi.org/10.1038/nrd1901
  2. Ferreira GA, Teixeira AL, Sato EI. Atorvastatin therapy reduces interferon- regulated chemokine CXCL9 plasma levels in patients with systemic lupus erythematosus. Lupus. 2010;19(8):927-34.

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