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Insuficiência cardíaca

ICC nova vs. doença descompensada

O paciente com ICC nova, diagnosticada na emergência se apresenta com sintomatologia mais pulmonar, como dispneia, asculta grosseira ou com creptação e dessaturação periférica.

Por outro lado, aquele que já tem diagnóstico e descompensa tem sinais sistêmicos como edemas, congestão generalizada e hipervolemia. Também traz história compatível, como:

Critérios de Framingham

Em caso de suspeita de ICC descompensada, o diagnóstico é clínico através da concomitância de dois critérios maiores ou um maior e dois menores:

Tipo critérios
Maiores cardiomegalia, turgência jugular, refluxo hepatojugular, dispneia paroxística noturna, ortopneia, crepitações pulmonares, edema agudo de pulmão e terceira bulha (galope)
Menores edema de tornozelos, tosse noturna, dispneia aos esforços, hepatomegalia, derrame pleural e frequência cardíaca acima de 120 bpm

Perfis

A classificação atualmente proposta pela Diretriz 2018 é descritiva. As letrinhas ABCL/ABCD é um cacoete médico risível. Nã́o tem essa de paciente tipo C. É paciente frio e úmido! Porém, como se trata de uma besteira em voga, é preciso saber:

Perfil Descrição Conduta
A quente e seco alta e ambulatório
B quente e úmido terapia diurética
C frio e úmido terapias diurética e inotrópica
L/D frio e seco fluidoterapia parcimoniosa

Manejo imediato


Terapia inotrópica

Após retorno da estabilidade hemodinâmica e início do tratamento da causa, desmame dobutamina de forma extremamente lenta e cautelosa.

Terapia diurética

Vasodilatação

Vasodilate o paciente o máximo tolerável pela estabilidade hemodinâmica. Tolere hipotensão desde que tenha certeza clínica da boa perfusão.

Conduta concomitante e alta

Considere:

  1. Dosagem de peptídeo natiurético²;
  2. Ecocardiografia e eletrocardiografia;
  3. Monitorar balanços hidroeletrolíticos, função tireoideana, cinética do ferro e hematimetria;
  4. Radiografar o tórax³;
  5. Agendar reavaliação clínica preferencialmente em 7 a 14 dias após a alta;

Notas

  1. Hipertensão arterial sistêmica, tromboembolismo pulmonar, isquemia miocárdica, disfunção tireoidiana, diabetes descompensado, infecções, insuficiência renal, gravidez, depressão etc.
  2. Para esclarecimento diagnóstico se houver dúvida e para estratificação prognóstica no acompanhamento ambulatorial com o cardiologista.
  3. Avaliar a necessidade de radiografar para fins documentais do índice cardiotorácico e das condições de alta.

Referências

  1. Rohde LEP, Montera MW, Bocchi EA, Clausell NO, Albuquerque DC, Rassi S, Colafranceschi AS, et al. Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica e Aguda. Arq. Bras. Cardiol. 2018;111(3):436-59.

medicina · emergência · cardiologia