Cronotanatognose
Para toda análise tanatológica, veja A morte e a lei: tanatologia forense.
Cronologia dos eventos perimortem
Morte - 0h
- Pode ocorrer a rigidez cadavérica espasmódica permanente. Normalmente não.
- Segundo Bonnet, inicia-se a rigidez cadavérica logo após a morte
1h
- Sinal da tela viscosa.
- Segundo Fávero, inicia-se a rigidez cadavérica.
2h - 3h
- Surgimento das manchas de hipóstase.
- Rigidez do masseter.
- A rigidez cadavérica é generalizada, segundo Fávero.
- Segundo Nidekorn, rigidez precoce (antes de 3h)
4h-5h
- Início de rigidez normal segundo Nidekorn (até 6h).
6h
- Pode surgir o sinal ocular de Sommer-Larcher.
8h
- Início da rigidez estatuária, de acordo com a lei de Nysten-Sommer-Larcher. A intensidade da rigidez muscular varia de acordo com as condições relacionadas ao cadáver e à causa da morte.
- A rigidez cadavérica é atinge seu grau máximo, segundo Fávero.
- Possível início de fixação das manchas de hipóstase.
- Começa a desaparecer as artérias de fundo de olho, por colapso.
- Já é possível identificar o sinal de Ripault.
9h
- Rigidez iniciada tardiamente segundo Nidekorn.
- Possível início da putrefação: gás sulfídrico⁶. É o período enfisematoso.
- Inicia-se o agigantamento do corpo, principalmente de membros, face e órgão genital masculino.
10h-11h
- Início de rigidez muito tardia segundo Nidekorn.
12h
- Certamente há gases de putrefação, exceto nas condições fixadas.
- Fixação das manchas de hipóstase.
15h
- Fim da rigidez cadavérica segundo Bonnet.
18h
- Possível início da mancha verde abdominal. A fase de coloração.
24h ou 1 dia
- Mancha verde abdominal.
- Surgem os gases não inflamáveis, por bactérias produtoras de gás carbônico.
- Fim da rigidez cadavérica generalizada, com retorno da flacidez do masseter.
36h ou 1 e 1/2 dia
- O nível de potássio do humor vítreo é de grande auxílio para se calcular a hora da morte1?.
48h ou 2 dias
- Surgem os gases inflamáveis, por bactérias facultativas produtoras de hidrogênio e os hidrocarbonetos. É a fase gasosa.
72h ou 3 e dias
- Início dos cristais de Westenhöffer-Rocha-Valverde⁵.
96h ou 4 dias
- Fundo de olho irreconhecível.
- Fim da produção de gases inflamáveis, permanecem os gases não inflamáveis, principalmente azoto.
1 semana
- Possível aparecimento da primeira legião, a musca domestica, muscina stabulans e calliphora vomitoria.
2 semanas
- Os tecidos estão amolecidos pela putrefação e pela autólise. É a fase coliquativa.
- Ainda é possível aparecimento da primeira legião, a musca domestica, muscina stabulans e calliphora vomitoria.
3 semanas
- Início da fase de esqueletização para alguns autores.
- Se o ambiente comporta, certamente há os primeiros legionários de Guerrin, e.g. Musca domestica, Calliphora vomitoria, Diptera — Calliphoridae.
- Pssível instalação dos segundos legionários, e.g. Lucilia coesar — Diptera: Calliphoridae —, Sarcophaga carnaria etc.
1 mês
- Ainda é possível detectar cristais de Westenhöffer-Rocha-Valverde.
3 meses
- Início da invasão legionária da quarta onda de Guerrin, os coleópteros — bezouros —, dípteros Sarcophaga etc.
- No afogado, podem ser notadas pequenas calcificações pontuais nos restos de pele por depósito de sais calcários.
6 meses
- A quarta onda legionária após putrefação com fermentação butírica, principalmente pelas Pyophila petasionis.
1 ano
- A quinta legião, comandada pela fermentação amoniacal, e.g. Ophyra cadaverina.
- A sexta legião resultando em dessecação completa ou mumificação das partes orgânicas que resistem, e.g. os acarinos como Uproda nummularia.
- Sétima onda legionária de Guerrin, com consumo de tecidos pergaminhados, principalmente por Antherenus museorum.
- Pode haver esqueletização avançada.
3 anos
- Oitava onda de legionários consumindo todos vestígios não ósseos, e.g. Ptinus bruneus (Coleoptera).
- Marcada e inequívoca esqueletização.
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